21 de novembro de 2010

costumava fechar os olhos com o receio de ver demais. costumava paralisar os cantos dos lábios precisamente um centímetro para cada lado a partir do ponto de repouso, da expressão neutra; com receio de sorrir demais. ouvia eficazmente as vozes que cantavam de dentro das coisas e abafava todas as outras que se projectavam à distância.
deixou de ver porque se julgava cego, não mais sorriu porque o mundo o deixou de ver e parou de falar quando nem o silêncio o queria ouvir.

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