a altura variável da almofada em que deito a cabeça nas últimas noites é pretexto suficiente para me remeter às insónias, aos pesadelos e ao sono atribulado em dose excessiva. é suficiente, também, para me quebrar o pescoço à altura dos sonhos que falham, mas não chega para minimizar a queda das lágrimas ou a fúria do desespero.
o canto feminino soa-me mais a lamento que a encantamento. nestas noites detesto a cat power, a aimee mann, e qualquer desvio à elegância da moral parece-me perfeitamente tentador e capaz de me matar de súbito.
em última instância, levanto-me para combater a letargia da minha estúpida existência enquanto me convenço de que a ridícula ideia que me levou a criar este blogue, o outro, a pintar, a desenhar, a tirar fotografias, a escrever páginas e páginas entre outras coisas, é perfeitamente legítima e suficiente para me imortalizar em algum lado.
enfim, uma vez que não consigo fazer nada da minha vida, era porreiro que essa treta da reencarnação fosse verdade.
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